8.18.2010

Como o tempo voa...
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Dois anos e meio passaram já desde que morreu o companheiro de meu irmão. Era um lindo rapaz. E, como lhe ficava bem a farda do exército.
Mas, nunca o meu pobre irmão se recompôs da sua morte. Era muito grande o amor que sentiam um pelo outro. E agora chegou a sua vez. Ao fim de dois anos de entrega à droga e ao sofrimento, foi-se. Era total a sua degradação moral e física e, finalmente descansa.
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Entregaram-me uma caixa com os seus poucos haveres. Coisas que me fazem recordar épocas bem mais felizes da sua vida.
Entre elas um Cristo ao qual ele era muito devoto: o Cristo Morto. É uma pequena cópia que ele e o namorado tinham comprado numa viajem que ambos tinham feito ao Brasil. Julgo lembrar-me de ouvi-los dizer que o original se encontrava no Museu de Arte Sacra de São Paulo e que, ao vê-lo, se sentiram imbuídos de uma tão grande sensação de paz, que ficaram muito felizes ao poderem adquirir a pequena réplica.

Coloquei a pequena imagem sobre um pedaço de linho branco e todas as noites lhe peço que vele por aqueles dois que tanto se amavam e que tanto o veneravam.

Alice

7 comentários:

uminuto disse...

e assim o amor venceu
um beijo

Anónimo disse...

cara alice, lamento profundamente, quer a morte do seu irmão, quer a do seu (dele) companheiro.acredite que posso entender por que razões esta figura de cristo suscitou tal suspiroso amor ao finado casalinho.

a vossa casa tem um ambiente interessante. atrevia-me a sugerir um cavalo branco, de loiça, repousando em cima da televisão, que talvez acrescentasse um certo toque ao cenário. logo as mentes imaginativas o veriam, imponente, montado por napoleão, em regresso de batalha.
não aconselho, porém, como adorno, certos cavalos que, ao que dizem, fazem sombra no mar, pois nunca se sabe o que podem fazer em terra e essa casa é,julgo eu, sombria,mas na dose certa.

ameaço fazer-vos mais umas visitas e, quem sabe, alinhar, até, num pézinho de dança. mas fica combinado que venho disfarçada, para não ficar mal vista nestes tão recatados meandros blogo-esféricos.sendo assim,já ficam a saber: a próxima vez que vos bater à porta, apresento-me como "maria dos anjos".

marradinhas amistosas da bicharada do "pequeno jardim".

Há.dias.assim disse...

O amor entre os seres é sempre belo.

Manuel Veiga disse...

Ofereço-te um video de Frei Hermano da Câmara... a tua piedade merece o melhor. lol

beijos

segurademim disse...

olha alice, pelo menos foram ao brasil e trouxeram lembrancinhas

boa a herança que te deixaram...

gosto de comentar disse...

Na Sua infinita misericórdia Ele velará por eles.

Alberto Oliveira disse...

... um texto de infinita beleza cristã que me deixou de joelhos. Por aqui a fé propaga-se!

Oremos então.